- Os jogadores, que tenho vontade de jogar, não são o Ganso, o Neymar, o Roger, que já jogou no Fluminense. São os atletas que estão no São Gonçalo. É o Silvio Luiz, é o Marco Brito, o Vitinho, o Marcos Viníicios, o Renan. E cada atleta que está aqui no São Gonçalo. Vou viver intensamente esse momento - disse Brum ao "Tá na Área".
Mas, não existe nenhum ressentimento na declaração do jogador. O volante de 33 anos, apenas afirma isso porque desde que chegou ao São Gonçalo, vive um dos melhores momentos de sua carreira. O time só perdeu duas das 16 partidas que disputou até agora. Até gol de bicicleta Roberto já marcou e ele tem tudo para ser o herói do título da Série C do Carioca, que termina em setembro e oferece três vagas para a segunda divisão.
- A opção de vir para cá ela é totalmente sentimental porque é a cidade que fui criado. Saí do Santos no ano passado (2011) e fui para o Chipre. Agora estou aqui no São Gonçalo. Fico feliz porque não é aquele cara que não tem mais aonde jogar, já está com 42 anos e vai lá no time da sua cidade. Não, realmente estou podendo ajudar dentro de campo que é o que melhor sei fazer.
Roberto Brum, volante do São Gonçalo, treina pelo clube que é favorito ao título da Série C do Carioca |
Brum, que já jogou na Europa, sabe o que é jogar em um bom gramado, mas realista, Roberto não se ilude. Campeão da Série C do Brasileirão em 1999, pelo Fluminense, clube que mais defendeu na carreira (de 1998 a 2002), ao todo ele participou de 110 jogos com a camisa tricolor.
- Na época era muita dificuldade, sete meses de salários atrasados no Fluminense, aí o Parreira chegou e colocou tudo em dia. Deu profissionalismo para a gente. Nós abraçamos aquilo e subimos o time. Ficou uma lembrança boa do Fluminense, uma gratidão muito grande, um carinho muito grande com o torcedor, só que eu não tive a oportunidade de jogar no Fluminense com maturidade, como eu joguei no Coritiba e no Santos.
Pelo Coritiba (2002 a 2004) ele foi bicampeão paranaense. Transferido para Portugal, onde permaneceu por quatro anos, Brum jogou a Copa da Uefa, até que vestiu a camisa do Santos, em 2008.
- Peguei o Neymar menino mesmo, com 16 anos, subindo para o profissional, muito humildezinho. Ele é merecedor de tudo isso que está acontecendo com ele, porque ele é privilegiado. Eu costumo falar que o Neymar, quando papai do céu estava dando habilidade, ele passou duas vezes na fila e ganhou uma porção dobrada.
Mas não é só Neymar que, na opinião de Brum, exagera na habilidade.
- Outro atleta que as pessoas não estão falando tanto, mas que a primeira vez que marquei vi que também era diferenciado é o Ganso. Lembro que o primeiro treinamento que o marquei, falei para o Fabiano Eller na ocasião: "Esse é diferente, esse garoto vai estourar". É muito difícil tomar a bola dele.
A passagem pelo Santos ficou marcada não só pelos títulos da Copa do Brasil e do Paulistão de 2010, mas também pela polêmica que envolveu o atacante prodígio e o treinador Dorival Jr.
- O Dorival deveria continuar porque era o único treinador 100% no primeiro semestre. Tudo que ele disputou ele ganhou, foi campeão paulista e da Copa do Brasil, não poderia ir embora um treinador desse. E isso era a opinião até do próprio Neymar, que foi pedir desculpas para o Dorival. Nos momentos de tempestade como foi essa dentro do Santos, a gente vê as pessoas que se acovardam e as que se posicionam. Não me arrependo, pelo contrário, fico muito feliz por ter vivido intensamente com transparência e sinceridade esses três anos dentro do Santos.
Em 5 de janeiro de 2011, Brum revelou que o elenco foi ameaçado de não receber salário se o Neymar não jogasse contra o Corinthians e afirmou que nem o presidente, Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, e nem o diretor de futebol, Pedro Luiz Nunes Conceição, queriam a demissão de Dorival.
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