Pesquisar neste blog

20 de julho de 2012

Neymar, sobre a 'perseguição' das fãs: 'Elas ficam mais assustadas'

O posto de principal jogador de futebol do Brasil transformou Neymar em um símbolo de sucesso que transcende os gramados. No campo, com apenas 20 anos de idade, o atacante virou referência para os colegas do Santos e da Seleção, em função dos dribles, jogadas geniais e o faro de gol. Fora dele, ganhou o status de um ídolo ainda maior, repleto de seguidores que copiam seu moicano, suas danças e o reverenciam, principalmente o público feminino.

Toda essa fama exige do craque a capacidade de lidar com as inevitáveis consequências de sua precoce e bem sucedida trajetória. Em entrevista exclusiva ao “SporTV News”, o camisa 11 fala sobre o assédio das mulheres, o gerenciamento de sua milionária carreira e o comportamento em campo, evoluído ao longo dos anos de forma a torná-lo um exemplo para os demais.

- Pessoalmente, elas ficam mais assustadas. Umas travam, outras choram, pulam no pescoço, agarram, não te soltam. Depende da menina – analisa Neymar em relação à idolatria feminina.

"Neymar, nosso amor", "Neymáticas" e "Neymarido" são alguns dos centenas de fãs clubes espalhados pelo Brasil que tentam “perseguir” o craque a cada treino, desembarque ou partida. Receber cartas de amor, algumas com mais de dez metros, virou rotina, assim como os objetos atirados a ele quando atende ao público. No meio dessa vida de celebridade, os principais testemunhos vem dos colegas de trabalho.

- Já vi fãs tatuadas com o nome dele. No CT, outro dia, uma fã tatuou a foto dele nas costas – comenta o amigo e companheiro santista Edu Dracena.

- É absurdo. A gente já teve que passar em hotel pela cozinha. O assédio é muito grande – diz o lateral-esquerdo Leo, amigo do Santos.

Neymar é rodeado de fãs em desembarque pelo Santos (Foto: Reprodução SporTV)
Neymar é rodeado de fãs em desembarque pelo
Santos
 Sua marca registrada, o corte de cabelo estilo “moicano” adotado desde 2010, seu segundo ano como profissional do Santos, já foi copiada pelos companheiros de equipe. Os fãs, porém, são quem reproduz com maior fidelidade a imagem do craque. Assim como suas danças em campo, seu gosto musical e o modo de se vestir. O próprio Neymar, contudo, garante também buscar inspiração em terceiros.

- Também imitei um dia. Nada a gente consegue inventar, a gente sempre imita – diz o craque.
Atualmente, onze grandes empresas patrocinam Neymar. Ao se tornar garoto-propaganda de diferentes marcas, o atacante acabou obrigado a fazer as vezes de modelo e ator. Mas ele jura não curtir o ofício.

- Meu negócio é futebol. Isso é só para brincar mesmo.

Neymar recebe, por ano, aproximadamente R$ 33 milhões em contratos para a exploração de sua imagem. Na lista dos jogadores mais bem pagos do mundo da revista francesa "France Football", o jogador aparece em 13º. Por trás do sucesso, está o pai, Neymar da Silva Santos.

- Meu pai é o cara que sempre me ajudou, desde pequeno, sempre me deu conselhos. Onde eu ia jogar ele ia atrás. Então, só tenho que agradecer.

O pai é a referência do jovem craque. Mas ele não está sozinho no gerenciamento da carreira do filho. Ao seu lado atua uma equipe, 24 horas por dia, para tentar deixar o jogador 100% concentrado nos gramados. O grupo conta com advogado, especialista em marketing e psicólogo particular.

- Quando ele passou a despontar no Santos, nós blindamos ele, colocamos ele em uma estrutura para que ele conseguisse desenvolver o futebol e não passar por aquilo que todo jogador passa, pelas turbulências. E deu certo - diz o empresário do atacante, Wagner Ribeiro.

- Ajuda bastante ter essas pessoas que filtram. Peneiram bastante as coisas para chegar em mim. Então só me deixa focado no futebol mesmo - diz Neymar.

Mas nem sempre todo esse conjunto de profissionais consegue deixar o craque longe de confusão. A briga com o então treinador do Santos, Dorival Júnior, foi a mais emblemática. Ocorrida em 2010, em uma partida contra o Atlético-GO, pelo Campeonato Brasileiro, o incidente deixou Neymar com fama de indisciplinado. Um dos críticos, na época, foi o técnico René Simões, hoje diretor da base do São Paulo, que o caracterizou como "monstro".

- Foi um episódio ruim, um dos piores dias da minha vida - admite Neymar.

Naquele dia, Neymar sofreu um pênalti, quis bater e Dorival avisou que outro cobraria. Foi o suficiente para o jogador santista ficar enfurecido e disparar xingamentos contra o treinador. No jogo seguinte ficou de fora, castigo estendido a outras partidas. O desfecho do episódio, contudo, teve Dorival sendo demitido.

- Naquele momento foi chato para todos. Não só para ele, mas também para o Dorival, para nós jogadores, que estávamos naquele momento. É um ser-humano, que erra, acerta. O mais importante é você reconhecer seu erro – afirma Dracena, em campo no dia do incidente e ciente de que o companheiro mudou sua postura desde então.

- Ele reconheceu o erro dele. Foi aprendizado muito grande aquela situação. Ele amadureceu muito e fez com que Neymar seja referência para toda essa garotoda nova.

O próximo desafio de Neymar será novamente em campo, nos Jogos Olímpicos de Londres. No dia 27 de julho, em Cardiff, no País de Gales, a seleção brasileira dá o pontapé inicial de sua campanha em busca do inédito ouro olímpico. A estreia será contra o Egito, primeiro adversário do Grupo C, que também conta com Nova Zelândia e Bielorrúsia. O camisa 11, titular absoluto do ataque canarinho, é apontado como aquele capaz de tirar o Brasil da fila de espera de 60 anos pelo inédito título.

Nenhum comentário:

Postar um comentário